27 de julho de 2010

Aposentadas voltam ao mercado para complementar renda

Setor de serviços é o principal destino de trabalhadores idosos, afirma especialista
Depois de trabalhar por anos a fio e acumular diversas experiências da vida, as aposentadas estão de volta ao batente. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase 30% dos aposentados e pensionistas brasileiros continuam empregados formalmente – dado relevante para ser lembrado no Dia da Vovó, que foi comemorado nesta segunda-feira (26).
A última pesquisa do IBGE relacionada à ocupação dos brasileiros mostrou que o país tem 22,748 milhões de aposentados ou pensionistas, sendo que 12,9 milhões deste total são mulheres. De cada quatro aposentadas, pelo menos uma está inserida no mercado de trabalho, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008 (levantamento mais recente).
A volta ao trabalho está ligada, sobretudo, à complementação da renda que vem da aposentadoria, diz o professor de psicologia da PUC-Campinas e especialista em RH Aguinaldo Neri.
- Geralmente, essas mulheres estão preocupadas em melhorar a qualidade de vida dos filhos e netos. Com o trabalho após a aposentadoria, elas podem pagar o plano de saúde e a mensalidade da escola, por exemplo. E muitas vezes, elas são responsáveis pelo único salário da casa.
Neri - que coordena de um grupo de valorização profissional para mulheres, cujo objetivo é encaixar candidatas acima dos 55 anos no mercado de trabalho - aponta que o setor de serviços é o principal destino dos aposentados e idosos.
- Os profissionais mais velhos têm mais experiência para mediar situações de conflito e, quase sempre, têm horários mais flexíveis porque estão com os filhos criados e a vida “em ordem”. Esses fatores agradam empresas ligadas à alimentação, como restaurantes, transporte, vendas, saúde, limpeza e turismo, sobretudo empresas ligadas à hotelaria.
Quase sempre, esses profissionais são prestadores de serviço e, por isso, não são incluídos nos dados divulgados pelos órgãos oficiais do governo, como a Previdência e o IBGE. Entretanto, nada impede que o aposentado seja contratado com carteira assinada, o que implica o pagamento do INSS de novo, diz Neri.
A falta de profissionais específicos para determinadas áreas também ajuda a levar os aposentados de volta ao trabalho, segundo o vice-presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), José Dutra Sobrinho.
- Às vezes, sai mais barato para uma empresa que está precisando de um profissional específico contratar um aposentado do que tirar um profissional de uma empresa concorrente.
Os próximos estudos deverão apontar um crescimento da participação de vovôs e vovós no mercado de trabalho, diz Sobrinho.
- A expectativa de vida do brasileiro está aumentando. Há 40 anos, o brasileiro se aposentava com 55 anos e parava de trabalhar. Hoje, ele é muito mais ativo e continua trabalhando, porque o grau de satisfação e felicidade dele é muito maior se estiver no mercado.
Fonte:Raphael Hakime - R7)

Sobre o Blogueiro:
Rogério Ubine é carteiro na cidade de Ribeirão Preto, Diretor Nacional da FENTECT e Vice Presidente do Comitê Postal da UNI-AMÉRICAS

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