3 de junho de 2011

Suspensão de pagamento de auxílio-doença

INSS pode ser impedido de suspender auxílio-doença antes de nova perícia médica


O Instituto Nacional da Previdência Social (INSS) poderá ser obrigado a realizar perícia médica antes de suspender o pagamento de auxílio-doença concedido a segurado sob licença para tratamento de saúde. A medida é prevista em projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta quarta-feira (1º). A proposta passou em decisão terminativa, podendo seguir agora diretamente para exame na Câmara dos Deputados.

O texto (PLS 89/10) impede o INSS de continuar aplicando a chamada "alta programada", pela qual o próprio órgão fixa o prazo em que o segurado deve retornar ao trabalho. Para isso, leva em conta tempo que considera suficiente para a recuperação, a partir de prognóstico da perícia médica anterior. De acordo com Paim, essa conduta muitas vezes leva ao cancelamento do benefício quando o segurado ainda não se recuperou plenamente.
- É o computador que dá a alta e isso é inadmissível - disse Paim na reunião, numa interpretação do funcionamento da alta programada.
Para Paim, essa sistemática produz muitas injustiças. Na justificação do projeto, ele disse que os mais prejudicados são os segurados que se encontram em situação de maior risco social: os mais pobres e com nível de instrução menor.

O relator, senador Eduardo Amorim (PSC-SE), em defesa do projeto, considerou que as normas do auxílio-doença são excessivamente rígidas.
- O pressuposto é de que as perícias são infalíveis, capazes de fixar, com antecedência, qual o tempo que levará para o segurado estar completamente recuperado - criticou o relator.
Pelas atuais regras, se o segurado considerar que precisa de mais tempo para se recuperar, cabe a ele a iniciativa de solicitar nova perícia médica para sustentar a prorrogação. A solicitação deve ser feita dentro do prazo de quinze dias que antecede o fim da licença anteriormente aprovada.

O rigor da legislação vem da necessidade do INSS de reduzir distorções na concessão do benefício, decorrentes da terceirização das perícias médicas, fraudes e aumento dos custos previdenciários, ainda de acordo com o relator. No entanto, conforme ressaltou, esses fatos não dizem respeito aos trabalhadores. Como se vêem prejudicados - destacou ainda - muitos estão recorrendo ao Poder Judiciário em busca de amparo para ampliar as licenças.
Fonte: Âmbito Jurídico)


Comentário do Blogueiro:
A situação criada pela chamada alta programada foi que milhares de trabalhadores ficaram desamparadas, sem salário e passando necessidades. O projeto do Senador Paulo Paim procura restabelecer o respeito acabando com a alta programada. Mas a empresa não pode lavar as mãos. Ainda hoje o que acontece é que o INSS da alta programada aos trabalhadores e a empresa não aceita o trabalhador porque o mesmo não tem condições de trabalho. A empresa precisa se responsabilizar pelo trabalhador e se for o caso entrar na justiça com o trabalhador contra o INSS. Mas pagando o salário e os direitos, com a garantia de que ele recebendo reverta aos cofres da ECT. Nesta campanha salarial devemos colocar isto na nossa pauta de reivindicação.

Sobre o Blogueiro:
Rogério Ubine é carteiro na cidade de Ribeirão Preto, Diretor Nacional da FENTECT e Vice Presidente do Comitê Postal da UNI-AMÉRICAS

1 comentários:

felfvvf disse...

e realmente agente ve gente sem condicoes de trabalho ganhando alta

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