23 de maio de 2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO DOS CONSELHEIROS ELEITOS PELOS TRABALHADORES AOS CONSELHOS DELIBERATIVO E FISCAL DO POSTALIS.



À Categoria de Correios e à Sociedade Brasileira


Os participantes e assistidos do Plano de Benefício Definido do Postalis (PBD) se viram surpreendidos com a notícia de que o Plano apresentou déficit da ordem de R$ 985 milhões (novecentos e oitenta e cinco milhões), o que gerou questionamentos e insinuações a respeito da nossa atuação enquanto conselheiros eleitos. 

Parte dessa surpresa se deu pela inexistência de uma política de comunicação 
adequada para esclarecer os participantes sobre a evolução dos Planos de Benefícios (PBD e Postalprev) e como está sendo gerido o dinheiro que investimos para nossas aposentadorias. 

Alia-se a isso uma reconhecida falta de conhecimento sobre o tema provocada, principalmente, pelo fato de não darmos ao assunto a importância que ele requer. Raramente dedicamos parte de nosso tempo para buscar informações e discutir as questões relacionadas ao Postalis.

Nesse contexto, surgem pessoas mal intencionadas, alardeando situações inexistentes, distorcendo informações e fazendo insinuações maldosas, na tentativa de recuperar espaços de representatividade que antes ocupavam.
Por isso, precisamos nos concentrar na verdade dos fatos e não dar ouvidos aos que torcem pelo pior com o objetivo de tirar proveito político da situação. Pessoas que plantam em nosso meio a política da desconfiança e tentam passar a impressão de que os trabalhadores não são competentes para assumir as responsabilidades que lhes são confiadas.
Vejamos, então, a verdade dos fatos.

Do total do déficit de R$ 985.023.234,72 (novecentos e oitenta e cinco milhões, vinte e três mil, duzentos e trinta e quatro reais e setenta e dois centavos) existente no PBD, cerca de R$ 395 milhões já existiam no encerramento de 2011. Os outros R$ 590 milhões foram acumulados ao longo de 2012.
Neste período – 2011 e 2012 - o PBD teve seu resultado influenciado 
negativamente por vários fatores conjunturais (crise econômica mundial, Selic em baixa etc.) e por ajustes efetuados na base técnica do Plano (revisão das hipóteses atuariais). 
O déficit de R$ 985 milhões apurado ao final de 2012 é composto das seguintes parcelas: R$ 287 milhões originados em ajustes realizados na base técnica do Plano; R$ 698 milhões decorrentes de resultados financeiros abaixo da meta atuarial.
Os seguintes ajustes foram realizados na base técnica do PBD:

- troca de tábua de mortalidade geral (da AT-1983 para a AT-2000 M&F), em 
função da constatação de aumento de sobrevivência dos participantes e beneficiários;
- redução da taxa de rotatividade (de 4,00% ao ano para 2,37% ao ano), em 
função da rotatividade verificada no PBD em 2012;
- redução da taxa de inflação esperada (de 5,47% ao ano para 5,35% ao ano), acompanhando as estimativas do Banco Central do Brasil.
Já os resultados financeiros foram abaixo da meta atuarial, que é a expectativa de rentabilidade dos investimentos. A meta atuarial do PBD é fixada em INPC + 6%ao ano.
Todavia, nos últimos anos houve significativa redução da taxa de juros no Brasil. Em um passado recente, o Postalis conseguia comprar títulos públicos federais que rendiam IPCA + 8% a 12% ao ano. Nos últimos anos, as emissões de títulos públicos preveem remuneração com taxas equivalentes a IPCA + 1,5% a 2% ao ano. 
Assim, no novo cenário econômico de nosso país, altamente positivo para todos os brasileiros, não há mais como obter a meta atuarial de INPC + 6% ao ano com o financiamento da dívida pública.
Dessa forma, o Postalis – assim como todos os outros fundos de pensão – foi 
obrigado a buscar outras modalidades de investimentos, mas que também são influenciadas Selic, pois quando esta taxa é reduzida, vários outros investimentos em renda fixa passam a remunerar os investidores com menores taxas.
O resultado é que, em 2012, a rentabilidade dos investimentos do PBD, apesar de ter sido positiva em 7,12%, ficou abaixo da meta atuarial que foi de 12,58% (INPC + 6%).
Neste contexto, é importante compreender que, ao contrário do que alguns têm alardeado, a parte do déficit de origem financeira - R$ 698 milhões - não significa que o Postalis perdeu esse valor nos investimentos realizados. Significa, na verdade, que a rentabilidade positiva obtida ficou abaixo da estimativa fixada e na base técnica do Plano.
A obtenção de rentabilidade abaixo da meta atuarial não ocorreu apenas com o Postalis. De um total de 182 fundos de pensão pesquisados pela empresa Risk Office, apenas 13 entidades conseguiram obter em 2012 rentabilidades iguais ou superiores à meta atuarial. 
As outras 169 tiveram resultados de investimentos abaixo da meta e, portanto, registraram déficits de origem financeira.
Isso significa que, além do Postalis, muitos outros fundos de pensão também 
estão introduzindo contribuições extraordinárias para equilibrar seus planos de benefícios. 
A verificação desta situação levou o Conselho Nacional de Previdência 
Complementar a determinar que, até o final de 2018, a meta atuarial seja reduzida para a expectativa de ganho real de 4,5% ao ano (INPC + 4,5% ao ano, no caso do PBD).
Esta é uma prova cabal de que estamos tratando de um problema conjuntural 
que afeta todo o setor de previdência complementar brasileiro, e não apenas o Postalis ou os participantes do PBD.
Portanto, a fim de evitar erros de interpretação dos resultados dos nossos planos de benefícios, e principalmente de impedir que inverdades difundidas de forma inconsequente gerem insegurança sobre nossa proteção previdenciária, estamos cobrando do Postalis:
1) a adoção de uma política de comunicação adequada à realidade de nossa 
categoria;
2) a implementação de políticas consistentes de educação previdenciária para 
todos os participantes e assistidos; e
3) a criação de uma agenda permanente de Audiências Públicas em todas as 
regionais, para apresentação dos resultados do Instituto, sejam eles 
positivos ou negativos. 
Acreditamos que, dessa forma, poderemos evitar muitas das especulações 
negativas que hoje permeiam o nosso ambiente e contribuir para um futuro mais tranquilo para nós e nossas famílias.
Finalizando, comunicamos que estamos à disposição do movimento sindical e 
de todos os participantes ativos e assistidos (aposentados e pensionistas) para que, no caso dúvidas, entrem em contato com a FENTECT, que nos acionará para prestarmos todos os esclarecimentos.

Brasília, 03 de abril de 2013.

José Rivaldo da Silva 
Manoel Almeida Santana
 Reginaldo Chaves de Alcântara
Conselho Deliberativo-Postalis e Conselho Fiscal-Postalis

Discordo desta nota que procura tranquilizar os participantes em um momento que deveria haver um grande debate sobre a gestão de nossos recurso, sobre o saldamento obrigatório e suas consequencias. Tudo que os participantes não necessitam e de esconder o que de fato ocorre. Tem com certeza elementos da conjuntura, mas também tem problemas de governanças sérios.


Sobre o Blogueiro:
Rogério Ubine é carteiro na cidade de Ribeirão Preto, Diretor Nacional da FENTECT e Vice Presidente do Comitê Postal da UNI-AMÉRICAS

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