11 de outubro de 2016

Sindicatos: Diálogo com governo sobre reforma

São Paulo - As centrais sindicais têm apostado no diálogo para chegar a um acordo com o governo do presidente Michel Temer (PMDB) nas discussões sobre a reforma trabalhista e da Previdência. 
Com isso, uma reunião está marcada para a semana que vem, na qual governo deve expor um esboço das alterações nas regras de trabalho. Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, desde o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, em abril, houve avanços nas negociações com o governo. 
"O governo adiou a reforma trabalhista para o ano que vem. E a reforma da Previdência era para sair em medida provisória na sexta feira antes das eleições (dia 30), mas foi adiado por interferência do movimento sindical", declarou Patah. 
O diálogo com os sindicalistas deve acontecer após a viagem de Temer à Índia, onde o presidente se reúne com a cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e empresários e a visita ao Japão. 
Mesmo centrais mais identificadas com os partidos de oposição ao Palácio do Planalto, como CUT e CTB, abriram espaços para conversas com o governo. 
"Até resolver a questão do golpe, não tinha mesmo [condições de diálogo]. Mas a vida segue. Vamos colocar a nossa decisão na mesa. Dependendo que eles anunciarem, a gente vai fazer a denuncia para que os trabalhadores se mobilizem", disse ao DCI o secretário-geral da CUT São Paulo, João Cayres. 
Paralisação 
Nesse sentido, as centrais pensam em uma grande mobilização para novembro. Os sindicalistas se reúnem no próximo dia 17 para afinar o discurso e a possibilidade de uma manifestação dependerá do encontro com os ministros de Temer. 
Isso porque, na avaliação das centrais, não houve avanços no grupo de trabalho criado entre o governo, empresários e sindicalistas, para debater as reformas. Essa mobilização pode contar com a adesão dos estudantes que criticam a medida provisória do ensino médio. 
"Não andou. Vamos restabelecer critérios para participar em grupos dos encontros com o governo. Enquanto estivermos divididos, esse trator neoliberal vai passar sobre a gente", disse Patah. 
Desde maio, quando assumiu o cargo, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), tem dito que não haverá alterações "sem o protagonismo" dos trabalhadores. No entanto, os sindicalistas se dizem fora das discussões. 
A direção da CUT São Paulo se reúne nesta terça-feira (11) para debater a reforma trabalhista e da Previdência e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos à inflação do ano anterior por 20 anos. 
"Há uma expectativa de se criar um grande dia de paralisação novamente, como uma greve geral. Estamos pensando em algo no mês de novembro, mas uma paralisação como essa ou mesmo uma greve não se constrói fácil. Queremos primeiro ver a proposta do governo", analisou Cayres. 
Outra estratégia do movimento sindical é o corpo-a-corpo com deputados e senadores. Com o fim das eleições municipais, os sindicalistas acreditam que possam ter algum sucesso no contato com os congressistas. 
Por sugestão de Paulo Paim (PT-RS), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado deve realizar hoje a primeira de várias audiências públicas sobre as reformas.  (Fernando Barbosa - Panorama Brasil)

Sobre o Blogueiro:
Rogério Ubine é carteiro na cidade de Ribeirão Preto, Diretor Nacional da FENTECT e Vice Presidente do Comitê Postal da UNI-AMÉRICAS

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