Caros (a) companheiros (a),
Entre
os dias 12/11 a 03/12 acontecem às eleições para o conselho deliberativo e
fiscal do Postalis. Como vocês sabem desde 2009 tenho representado os
participantes no Conselho Deliberativo. Tenho orgulho de ter sido o primeiro
carteiro sindicalista a sentar naquele conselho. Minha chegada ao conselho foi
graças ao apoio dos milhares de trabalhadores de base, militantes e sindicalistas
que entenderam que era preciso priorizar a ocupação do conselho e colocar lá a
visão dos trabalhadores. O começo desta história se deu à forma que foi feito o
saldamento do plano de beneficio definido em 2008, de forma obrigatória sem
escolha, diferente do que foi feito em outras estatais. Vou fazer uma breve
retrospectiva deste momento.
Postalprev e o saldamento do Plano
BD
Em
2005 a empresa deu o primeiro passo rumo ao saldamento obrigatório, com o
fechamento do plano de benefício definido aos novos participantes e a
introdução do POSTALPREV. Em 2008 fechou para os antigos participantes,
saldando de forma obrigatória. Deixando a opção de continuar um novo plano no
POSTALPREV. Cabe dizer que com o saldamento do plano BD deixamos de receber os
benefícios de auxilio funeral, natalidade, nupcial. Também no auxílio doença
deixamos de receber os 20% mínimo que era garantido no plano BD. Perdemos a
solidariedade nos déficits que é uma caraterística do BD, onde no POSTALPREV o
não atingimento de meta impacta diretamente nas cotas. Além disto , não tivemos
nenhum incentivo ao saldamento como teve em outras estatais.
Todas
estas mudanças ocorreram com a votação favorável dos conselheiros eleitos e
indicado na época. O movimento sindical nunca havia acompanhado o POSTALIS com
a devida atenção, e nunca havia priorizado a luta pela preservação de nossa
previdência complementar como deveria.
A
partir do saldamento a FENTECT desenvolveu um luta árdua contra o saldamento
obrigatório. Como dirigente da FENTECT fui estudar e conhecer nossos planos de
benefícios a fundo. Aproximei da ANAPAR (Associação
Nacional do Participante dos Fundos de Pensão). Vi que o plano antigo o BD
era um plano ruim para a base, porém que tinha benefícios importantes como o
beneficio mínimo de 20% e a solidariedade em déficit.
Verifiquei
que o plano Postalprev tinha uma formatação interessante com alguns atrativos,
porém que para os trabalhadores da base, principalmente nos benefícios de risco
(auxilio doença, aposentadoria por invalides) os cálculos são extremamente
prejudiciais.
Construímos
uma plataforma de reivindicações que buscava pacificar o instituto e garantir
um conjunto de mudanças que trariam um melhor plano de beneficio e um maior
controle aos participantes do POSTALIS. Assim nasceu a luta pela democratização
com a reforma do estatuto, eleições livres para a diretoria do Postalis,
inclusão dos participantes no comitê de investimento, retirada de clausula
anti-sindical como a vedação de sindicalista ser conselheiro. Também por
melhorias no Postalprev com a possibilidade de pagar 1 a 8% a todos os
funcionários com a contribuição paritária da empresa. Onde somente quem ganha
mais de R$ 2.750,00 pode pagar até 8% com a paridade da empresa. Reforma dos
benefícios de risco do POSTALPREV com a adoção do beneficio mínimo de 20% nos
auxílios doenças e aposentadoria por invalidez. E que a patrocinadora coloque
nos acordos coletivos os benefícios de auxilio natalidade, nupcial e funeral da
forma do plano antigo. Também lutamos arduamente contra o saldamento
obrigatório. Entediamos que o saldamento era muito melhor para uma grande
maioria de trabalhadores, porém, deveria preceder das reformas levantadas e
deveria respeitar a opinião do participante.
Assim
em 2008 fizemos dois movimento que tinham como objetivo forçar a negociação com
o POSTALIS E ECT. O primeiro foi fazer uma grande campanha contra o saldamento
obrigatório e o a não adesão ao Postalprev. Este primeiro passo não logrou êxito,
uma vez que a empresa treinou milhares de multiplicadores que nas diversas
unidades trabalhavam o psicológico dos trabalhadores, trabalhando o medo de os
mesmos não terem cobertura caso alguma coisa ocorresse. Neste processo 95% dos
trabalhadores fizeram sua pré-adesão antes do saldamento, somente quem ficou de
fora foram os sindicalistas e militantes sindicais. Em um segundo momento os
sindicatos e a federação entraram com ações na justiça para preservar os
direitos dos participantes e garantir de fato uma negociação que contemplasse
os trabalhadores, principalmente os da base que eram os maiores
prejudicados. Em um primeiro momento
tivemos 18 liminares suspendendo o saldamento. Estas liminares foram caindo uma
por uma e hoje temos a decisão de BAURU E SANTOS. A grande alegação dos juízes é
a concordância unânime dos conselheiros eleitos pelos participantes
Em
2009 fomos eleitos para o conselho com esta agenda, chegamos com o pique e
vontade, no entanto sabíamos que o conselho tem seis membros três eleitos e três
indicados pela empresa e que o voto de minerva, quando do empate em votação era
do presidente do conselho indicado pela patrocinadora. Éramos dois conselheiros
eleitos pelos sindicatos no conselho deliberativo(Rogério Ubine e Reginaldo )
contra 4 que não entendiam nossa pauta e
que aprovaram o saldamento obrigatório.
A
primeira tarefa no Conselho e as dificuldades que marcariam o nosso mandato
No
fechamento do balanço de 2008, “descobriu-se” uma inconsistência na RTSA (RESERVA
TECNICA DE SERVIÇO ANTERIOR), esta reserva era na verdade o compromisso do plano,
com os participantes entes do período de 2000. O calculo dela era de 600
milhões aproximadamente no saldamento, que a empresa deveria pagar ao plano BD e
no balanço de 2009 ela foi redimensionada em 1,4 bilhões de reais. Isto fez com que solicitássemos auditória atuarial,
que determinássemos a destituição do atuário que estava no plano desde o início
do mesmo. Na empresa isto ainda hoje é motivo de controvérsia. Apesar da
empresa esta pagando, o contrato ainda não foi assinado pela mesma. O tesouro
nacional não aceita e esta colocando óbice. Esta luta levou todo o mandato e
ainda não esta pacificada. A pergunta que fica no ar, será que se não
tivéssemos representantes eleitos pelo movimento sindical, esta dívida
apareceria agora, ou somente lá futuro?
Trabalho
em curso
Começamos
um trabalho de revisão do estatuto que esta por ser concluído e de revisão do
Postalprev. Votamos contra o reajuste de 131% aos participantes na ativa no
plano BD e defendemos a todo o momento a negociação com os sindicatos.
Realizamos várias reuniões entre os sindicatos e o POSTALIS.
Durante
estes quatros anos procuramos aproximar os sindicalistas do instituto. Assim
construímos um curso em conceito atuariais, que habilitou cento e cinquenta
sindicalistas de todo o Brasil. É bem verdade que o tema fundo de pensão é
árido, mas temos a missão de disseminar estas informações com os sindicalistas.
Na FENTECT colocamos o assunto em debate em seis CONSIN, um CONGRESSO e dois
CONREP. Trouxemos e debatemos os rumos de nosso fundo de pensão, nas reuniões
da diretoria da FENTECT.
Procurei
prestar conta do meu mandato criando um blog nos primeiros dias do meu mandato
(www.ubineoconselheiro.blogspot.com). Produzimos dois jornais de prestação de
contas.
Toda
esta experiência foi vivida por estes quatro anos que se encerra em janeiro de
2013.. Apesar de o instituto ter 32 anos, somente nestes últimos quatro
aprofundamos estas experiências. É bem verdade que estamos ainda longe de
transformar como precisa o POSTALIS e seu plano de benefício. Tivemos uma
experiência anterior em 1994, quando o POSTALIS sofreu uma intervenção do
governo. A FENTECT a época criou grupo de estudo, porém que não surtiu os
efeitos desejados, nem uma política de acompanhamento. Porém foi um primeiro
passo.
A
história mostra que o movimento sindical é reativo, ou seja, agindo provocado
por uma ação negativa imediata da empresa . Porém se quisermos construir
políticas de longo prazo temos que aprofundar a experiência, ou seja, manter-se
proativos. Hoje me considero mais experiente, mas preparado. Quero ter a
oportunidade de continuar representando os trabalhadores de base no POSTALIS.
Não sou de forma alguma a solução dos problemas, apenas trago para o exercício
do mandato minha vivencia e minha visão de mundo. Tenho e reassumo o
compromisso sindicais de luta pela democratização, com eleições diretas em
todos os níveis do Postalis, luta pela transparecia, luta pela reforma do
POSTALPREV com benefícios dignos em todos os níveis.
Por
isto peço a você meu companheiro de luta, seu voto e sua confiança, certos que
podemos e devemos manter nossa representação no conselho deliberativo do
POSTALIS.
Por
fim agradeço desde já a todos e todas que acreditam na luta e na construção de
um Correio e um Postalis diferente, apoiando nossa candidatura ao conselho
deliberativo.
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